quarta-feira, 5 de junho de 2013

Quando Surge a Aurora- Capítulo 2

                                                   Voltando no tempo

  Há nove anos atrás essa fazenda era mais alegre, até os animais eram mais alegres tudo era divertido um simples dia começava para uma família normal, todos acordavam cedinho e colocávamos as mãos na massa, enquanto meu pai trabalhava duro nas plantações minha mãe ordenhava a vaca e depois fazia o café e eu dava o milho para as galinhas, quando o café estava pronto todos paravam seus afazeres não importava o que fosse e íamos diretamente para a mesa de café da manha , enquanto comíamos, olhávamos o campo pela janela e sempre haviam perguntas sobre a fazenda abandonada.
  Nos dias de sexta feira terminávamos nossos serviços mais cedo pois era hora de ir para cidade, e ficávamos lá o final de semana inteiro na casa de Lisa e Túlio, sempre foi muito divertido lá, todas aquelas festas risadas e prosas sobre o que já acontecera na infância de Túlio e meu pai. Certamente que Lisa sempre nos acolhia com maior prazer do mundo, era a única casa que mamãe sentia-se confortável.
  Mesmo quando passávamos dificuldades financeiras meus pais sempre estavam com sorriso no rosto, não existia tempo ruim para eles, segundo meu pai o segredo da felicidade não era dinheiro nem bens era simplesmente a paz com todos, “Sua vida pode ser difícil, porém se tiveres a paz, tudo se torna mais fácil de lidar”, todos os dias ele me dizia isto, mamãe concordava com meu pai ela só acrescentava mais um ensinamento “ Com a paz vem os amigos verdadeiros que nunca te deixarão na mão” eu nunca fui de ter muitos amigos a não ser os meus segundos pais mas sei que a amizade é algo bom que alegra as pessoas e as fazem felizes.
  No dia 10 de março de 2004, outro dia começara como qualquer outro, meu pai nas plantações minha mãe no café e eu com as galinhas, tomamos café e vimos a aurora neste dia ficamos um bom tempo conversando, sobre o campo, sobre a fazenda esquecida e principalmente sobre a vida. Naquela manha recebi ensinamentos que nunca vou esquecer e que sempre vou seguir, meus pais com todo carinho falavam sobre cada passo que eu deveria tomar na minha vida. Parecia que eles sabiam o que iriam acontecer.
  Era uma quarta-feira, dia de movimento na estrada, quando pessoal do vilarejo vai vender seus produtos na cidade grande, meus pais sempre iam, enquanto eu ficava na casa de Lisa. Beijei meus pais dei um abraço bem forte e eles foram na maior alegria pois a colheita foi boa.
  Já estava tarde quando Túlio chegou, ele chamou Lisa em um canto antes de entrar na casa, achei aquilo muito estranho, Lisa entrou em casa novamente com os olhos cheios de água, me desesperei, perguntei pelos meus pais, Lisa então me abraçou e disse “Oh querida houve um acidente na estrada e seus pais vieram a falecer, sinto muito”, eu gelei, no momento eu somente abaixei a cabeça, mas minutos depois me dei conta de que estava sozinha, de que havia perdido minha família, chorei tanto que passei mal, Lisa tentava me socorrer de todo jeito, porém nada me adiantava tudo que eu tinha havia sido tirado de mim por causa de um bêbado que inventou de dirigir.
  Passados os dias decidi voltar na fazenda para pegar minhas coisas para morar com Túlio e Lisa. Ao chegar na fazenda chorei muito tudo o que eu via lembrava eles, nossas rotinas, as auroras tão belas todas as manhas, voltei para o carro e pedi a Lisa para recolher minhas coisas, pois eu não tinha condições de entrar em minha casa. A meu pedido Lisa levou os animais para sua casa, na qual tinha um grande espaço para isso, não queria vende-los, eles eram especiais para mim.

  Morei com esse casal durante cinco anos, que foi quando eu me decidi mudar para a fazenda de volta. Não foi muito fácil no início ainda sentia muita saudade de meus pais, porém sempre levava comigo as palavras da manha do acidente e uma das coisas que meu pai falou foi “Nunca deixe para traz as boas lembranças”, então a única coisa que eu tinha a fazer era voltar a fazenda faze-las funcionar novamente e assim recomeçar minha vida.

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